Engana-se quem acha que não existe depressão na infância. Diferente do que se imagina, não estamos falando de tristeza. A depressão é um transtorno afetivo, um desarranjo cerebral funcional com base bioquímica.
Você sabe como essa condição pode atrapalhar o desenvolvimento da criança? Neste post, explicaremos os principais pontos a respeito do tema. Então, se quer saber mais sobre eles, continue a leitura.
A depressão na infância existe?
Sim, e o número de diagnóstico tem aumentado a cada ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno depressivo é a principal causa de incapacidade de realização das tarefas rotineiras entre crianças e adolescentes com idade entre 10 e 19 anos.
Embora não seja um tema presente nas discussões, os pequenos podem ser acometidos por esse transtorno psicológico da mesma forma que jovens, adultos e idosos. No entanto, chegar a um diagnóstico da infância é uma tarefa complexa.
Isso porque as crianças apresentam mais dificuldade na expressão das próprias emoções. Além disso, alguns dos comportamentos tendem a ser interpretados pela família como parte do processo de amadurecimento.
Assim, a depressão na infância é classificada como um distúrbio orgânico sério, derivado de fatores de ordem psicológica, biológica e social, que podem se apresentar de forma combinada ou não.
Como é causada?
A depressão infantil pode ter relação com uma disfunção dos neurotransmissores e neuroreceptores que pode ser provocada por fatores genéticos e hereditários. Porém, essa não é a única causa.
Esse transtorno psicológico pode ser ocasionados por fatores ambientais e emocionais, tais como, mudança de cidade, de casa ou de escola, separação dos pais, presenciar discussões entre eles ou pertencer a famílias disfuncionais.
Outra causa possível é o convívio com mães deprimidas. Isso porque as primeiras interações da criança com os pais estão na base para o desenvolvimento da depressão infantil. Por isso, ela tem maiores chances de não desenvolverem sistemas normais de regulação da atenção e dos estados emocionais.
Existem também doenças que podem contribuir para o aparecimento da depressão na infância, como, por exemplo, enfermidades crônicas, diabetes, fibrose cística, malformações congênitas, intervenções cirúrgicas e hospitalizações prolongadas.
Quais são os sintomas?
Embora existam semelhanças em relação aos sintomas apresentados por adultos, as crianças tendem a manifestar sinais específicos de depressão. Como não são capazes de nomear suas emoções, podem somatizar o sofrimento.
Com isso, apresentam mudanças bruscas de comportamento e outros sintomas físicos, tais como, instabilidade no sono, irritabilidade, alteração nos hábitos alimentares e no peso, pirraça constante, cansaço, hipoatividade ou hiperatividade, choro excessivo, problemas de memória, sentimento de rejeição, medo frequente e queda no rendimento escolar.
Como é o tratamento?
O tratamento da depressão infantil envolve uma série de medidas conjuntas, que vão desde acompanhamento psicológico, orientação aos familiares, realização de atividades físicas e lúdicas até o uso de antidepressivos.
Ainda, a psicoterapia infantil é um recurso fundamental para estabelecer diálogos efetivos com os pequenos. Geralmente, o profissional se utiliza de brincadeiras e do universo lúdico para identificar os padrões de comportamento e as possíveis causas para o problema.
Enfim, a depressão na infância existe e precisa ser diagnosticada e tratada. Para que o tratamento seja efetivo, a participação da família em todo o processo terapêutico é fundamental e faz muita diferença nos resultados.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Goiânia!